FARMÁCIAS FECHADAS EM CAMPINAS

SUS-2Farmácias fechadas em Campinas

DÉFICIT

Jornal Correio Popular-25/10/13; Fabiana Marchezi

 

Restrição em farmácia de PS amplia os gargalos na Saúde

Sem farmacêuticos, 6 unidades estão fechadas e 50 funcionam precariamente

 

Somente sete das 63 farmácias nos centros de saúde de Campinas estão funcionando normalmente. As outras 56 estão com a entrega de medicamentos prejudicada por causa da falta de farmacêuticos. Dessas, seis estão totalmente fechadas e os pacientes são encaminhados a unidades mais próximas, enquanto as outras 50 funcionam com horário reduzido.

 

O problema vem desde o ano passado, quando o Conselho Federal de Farmácia (CFF) cobrou das prefeituras de todo o País o cumprimento do Decreto Federal 5.999, que estabelece que somente os farmacêuticos entreguem medicamentos a pacientes, seja em farmácias públicas ou privadas. Antes disso, era comum que a entrega dos remédios da rede pública fosse feita por enfermeiros ou técnicos de enfermagem dos postos de saúde.

Com a farmácia do centro de saúde do Jardim Lisa fechada, a aposentada Maria de Lourdes Teixeira, de 63 anos, já desistiu de tomar os remédios para controlar a pressão. “Quando eu conseguia pegar eu tomava. Desde que a farmácia fechou, eu nunca mais tomei. Agora que tem médico bom aqui, a farmácia não abre mais. Parece que a moça que entregava os remédios aqui quebrou o pé e nós ficamos aqui, sem atendimento”, reclamou.

A dona de casa Maria Neusa da Silva, de 54 anos, também é contra o fechamento da farmácia. Ela tem uma úlcera na perna há anos e sente dor. “Eu sempre pegava medicamento para dor, mas faz tempo que essa farmácia está fechada”, disse. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde confirmou que a farmacêutica do centro de saúde do Jardim Lisa está de licença médica.

Aparecido Gomes é diabético e também não conseguiu pegar seu remédio em nenhuma das farmácias que procurou ontem na região do Campo Grande. “Passei por várias farmácias e pelo menos no horário que eu passei estavam todas fechadas”, disse.

A região do Campo Grande, que fica no distrito Noroeste da cidade, é a mais prejudicada pela falta de farmacêuticos. Das 13 farmácias que funcionam nos postos de saúde da região, quatro estão fechadas — Centro de Saúde Campina Grande, Centro de Saúde Itajaí, Centro de Saúde Lisa e Centro de Saúde Floresta — e todas as outras têm alguma redução no horário de atendimento. Os pacientes atendidos pelas quatro farmácias estão sendo encaminhados ao Centro de Saúde Parque Valença. As outras duas farmácias fechadas ficam nos distritos Sul e Leste: Centro de Saúde Monte Cristo e Centro de Saúde Boa Esperança, respectivamente.


Problemas

Na quinta-feira (24), a Secretaria de Saúde de Campinas detalhou o motivo do fechamento de cada unidade. Segundo a pasta, o farmacêutico do Itajaí está reforçando o atendimento no Centro de Saúde Parque Valença, onde a demanda é maior. O Centro de Saúde do Boa Esperança está fechado desde o ano passado, aguardando um profissional. Já as outras quatro unidades estão com seus farmacêuticos de licença médica.

A secretaria ressaltou que o problema deve ser resolvido nos próximos dias, uma vez que uma comissão com integrantes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado e do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP) decidiu que a partir de hoje os profissionais de enfermagem poderão voltar a entregar os remédios até a chegada do farmacêutico à unidade. “Hoje (ontem), os diretores dos distritos foram informados sobre os avanços da reunião e aos poucos as unidades devem voltar a abrir normalmente. Temos tomado as providências e cerca de 45 farmacêuticos serão contratados em breve para solucionar de vez o problema, mas ainda não tenho uma previsão”, disse Carmino de Souza, secretário da Saúde de Campinas. Segundo a Administração, um concurso público foi homologado em 6 agosto.

A secretaria também informou que uma comissão foi criada para estudar o assunto. Até ontem, caso os auxiliares de enfermagem entregassem os medicamentos, poderiam até ser punidos, juntamente com o enfermeiro da unidade de saúde. Procurada, a assessoria de imprensa do Conselho Federal de Farmácia (CFF) informou que não havia ninguém da diretoria para falar sobre assunto. A reportagem também tentou contato com o Coren-SP, mas não obteve sucesso.

 

 

http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/10/capa/campinas_e_rmc/111934-restricao-em-farmacia-de-ps-amplia-os-gargalos-na-saude.html

 

 

 

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